Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o vocábulo DOR significa sofrimento físico ou moral; aflição; mágoa; dó. Clinicamente, na definição médica, é o mesmo que sensação desagradável, variável em intensidade e em extensão da localização, produzida pela estimulação de terminações nervosas especializadas em sua recepção.
Considerando ambas as definições, a verdade é que, o homem empenha-se para vencer o sofrimento, que se lhe apresenta com adversário cruel. Em todas as épocas, ele vem travando uma violenta batalha para eximir-se à dor, em contínuas tentativas infrutíferas, nas quais exaure as forças, o ânimo e o equilíbrio.
Passar incólume ao sofrimento é a grande meta que todos perseguem. Pelo menos, diminuir-lhes a intensidade ou acalmá-lo, de modo a poder fruir os prazeres da existência em incessantes variações.
Com efeito, o sofrimento, para muitos, tem sido considerado vingança ou castigo divino, portanto, credor de execração e ódio. A dor, porém, não é uma punição. Antes, revela-se um excelente mecanismo da vida a serviço da própria vida. Venha porém de onde venha, é inevitável a ocorrência do sofrimento na Terra.
A DOR apresenta um leque imenso de variações. Há dores de todos os tipos e de variada procedência conforme a própria definição esclarece. Dores morais geradoras de sofrimentos físicos e sofrimentos físicos patrocinadores de dores morais. Saudades, mágoas, decepções, inveja, ciúme, orgulho e vaidade feridos, são alguns exemplos de angústias morais dolorosas.
Mas existe alguma DOR que seja desejada? Existe sofrimento ambicionado? Há dores físicas que causem contentamento moral? E do contrário, há dor moral que cause júbilo fisiológico? Não nos referimos ao Masoquismo patológico, mas à Plenitude Psicológica. E nessa aparente contradição, nesse mistério que envolve as mais estranhas emoções, encontramos um Universo diferente no qual a DOR é decodificada de forma a promover alegrias imensuráveis. Esse mundo a parte tem suas balizas no coração de mulher ao “rasgar” as partes pudentes, trazendo à luz um novo ser sob o olhar lacrimoso de Mãe!
Sim! Somente nós mães guardamos esse estranho poder de fazer desse momento doloroso um salto para Felicidade sem máculas. Estranho poder que desafia a Ciência mais profunda. Parece-nos que quanto maior a Dor de Mãe, maior a alegria em desfrutá-la.
Dor materna não se mensura, não se pondera, não se afere, não se define...Apenas sente-se! Nada pode ser escrito sobre a Dor de ser Mãe, pois seria o mesmo que se perder num labirinto de definições sem lograr alcançar a saída.
Talvez seja a única Dor que deseja-se como grande meta; a única que não se deseja diminuir-lhe a intensidade ou acalmá-la, de modo a poder fruir os prazeres que proporciona.
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