O vínculo entre mãe e filho surge ainda na gestação, enquanto ele se desenvolve. Durante 9 meses somos dois em um. E a separação desse dois corpos não acontece de forma instantânea: mãe e filho continuam ligados, e de uma forma intensa durante os primeiros anos. Devagar, mãe e filho vão se separando.
Com um prematuro, essa ligação ainda mais visceral, já que ele nasceu antes. E com Larissa está sendo assim, a nossa ligação é tão intensa que se ela acorda, não sei como, eu percebo e acordo também, sentindo que algo não está bem. Com ela foram 7 meses em delírio absoluto, curtindo cada conquista, ganho de peso, cada careta que ela faz. Mesmo com todas as dificuldades de adaptação à rotina de ter um prematuro, esses meses iniciais foram de puro fascínio. E quando você começa a sentir que já tem quase tudo sob controle e que consegue administrar todas as áreas da sua vida ao mesmo tempo (ser mãe, dona de casa, esposa, amante e mulher), chega o momento mais tenso. Nenhuma licença-maternidade dura para sempre, então, é a hora da volta ao trabalho.
E garanto a vocês, que todas as mães que trabalham fora já passaram por essa sensação de ansiedade que é a volta depois da licença maternidade. Se você está passando por isso pela primeira vez, não se assuste: a volta ao trabalho pode ter toques de novela mexicana, muito choro e sentimento de culpa. Pensei que sendo mãe pela terceira vez seria diferente, mas sofri mais que na época de Serginho.
O mais importante na volta ao trabalho não é a quantidade de tempo que se passa com o bebê e sim a qualidade desses momentos. Massagens, brincadeiras e conversas com o bebê são atitudes que minimizam o impacto da distância entre os dois. Mesmo que o bebê ainda não seja capaz de entender o que dizemos para eles, eles podem sentir quando nos dirigimos a eles. Cantar, contar histórias, conversar fazem o bebê se sentir próximo de você e ele vai perceber a sua presença e seu afeto. Fale que pensa nele durante o trabalho, conte como se sentiu.
É normal sentir culpa por deixar a criança na volta ao trabalho, mas todas as mães sobrevivem e os bebês também. Tire da cabeça a ideia de que ninguém cuida melhor de seu filho que você. A vida continua. E esse vínculo (que falei la no primeiro paragrafo), esse "somos dois mas em algum ponto somos um" existe e durante vários anos (alguns dizem que é para sempre).
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