Não tem como não comentar a fatalidade ocorrida no Rio Grande do Sul, mais um crime bárbaro chocou o país, um menino de 11 anos foi assassinato, e os principais suspeitos são o pai e a madrasta. Bernardo Uglione Boldrini desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos (RS), após dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo. O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen (RS), dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico. Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganoviczo foram presos pela suspeita de envolvimento no crime.
Sei que não é o primeiro caso desse tipo ocorrido no país, mas pai e mãe foram feitos para dar carinho e proteção aos filhos. Não tem como não se horrorizar e lembrar do Caso da menina Isabella. O que deixa-nos mais indignados é que o menino Bernardo procurou socorro junto às autoridades competentes (Ministério Público e Juizado da Infância). A justiça tem que modificar certos conceitos, ou seja, a forma de lidar com casos como esses e outros que também tiveram fins trágicos envolvendo crianças. A criança tem que ser ouvida e afastada imediatamente do convívio das pessoas que podem estar lhe causando problemas. Tantas pessoas alertaram, mas nada adiantou. O MP alegou que não encontrou vestígios de maus tratos físicos na criança, mas não atentou para os maus tratos psicológicos que a criança vinha sofrendo.
Como pode uma cidade calar-se ao suplicio de uma criança por carinho!
É um caso emblemático? Sim no que diz respeito às frequentes violações aos direitos de crianças e adolescentes, como maus-tratos, agressões, abandono e negligência, que ocorrem, em grande número, e não só em famílias pobres. Sendo que em família pobres são mais denunciadas, talvez pela facilidade de os vizinhos terem acesso aos problemas dos outros, pelas formas de moradia, as pessoas são mais comunicativas nas regiões mais periféricas. Agora, como aconteceu no caso de Bernardo, os vizinhos não tomam providencias, sabiam do abando do menino por parte do pai, mas preferiram ajudar de maneira paliativa, na tentativa de manter um certo status familiar. O menino chegou a dizer ao juiz à família que queria viver, mas a mesma preferiu não se indispor com pai, o renomado cirurgião da cidade.
Li várias matérias sobre caso e fiquei deprimida principalmente ao ler está aquino site do Zero Hora, como pode existir pessoas frias e calculistas, desfazer da vida de uma criança sem dó. Sei que no Brasil todos são inocentes até que se provem o contrário, mas o pai de Bernardo se tornou culpado a partir do momento que passou a ignorá-lo, ser um pai omisso. Tenho dois filhos e por isso posso questionar como é possível um pai aceitar que um filho passe finais de semana na casa de vizinhos? Um pai que ama o filho jamais conseguiria ficar tranquilo se este houvesse desaparecido. Aliás, ele demorou dois dias para dar a queixa policial de desaparecimento Pobre do menino Bernardo, talvez hoje ele não esteja mais sofrendo e ficamos nós aqui tentando aprender com o mal pelo qual ele viveu.
CASOS COMPARADOS
Duas crianças, dois assassinatos e os mesmos suspeitos: o pai e a madrasta. É assim que começam as comparações entre a morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, e Isabella Nardoni, 5 anos.
CASO ISABELLA
O episódio
- Em 29 de março de 2008, Isabella Oliveira Nardoni, cinco anos, foi asfixiada pela madrasta, Anna Jatobá, e jogada pelo pai, Alexandre Nardoni, do sexto andar do Edifício London, na zona norte de São Paulo, onde o casal residia com dois filhos pequenos. Isabella era fruto de um relacionamento anterior de Nardoni com Ana Oliveira. Eles se separaram quando Isabella tinha apenas 11 meses. Por acordo, Nardoni tinha direito a duas visitas por mês.
- Em março de 2010, o casal foi condenado por homicídio. Ele foi punido com 31 anos e um mês de reclusão, ela com 26 anos e oito meses. O juiz Maurício Fossen considerou que os réus usaram de meio cruel (esganaram a criança) para cometer o crime, impedindo a defesa da vítima. Além disso, a pena foi aumentada porque a vítima era criança e porque Nardoni matou sua própria filha. A dupla está no Complexo Prisional de Tremembé (SP).
As razões
A investigação do Ministério Público concluiu que Anna Jatobá tinha ciúme de Ana Oliveira, mãe de Isabella. Um dos relatos é de que Anna chegou a quebrar uma vidraça com as próprias mãos por causa da presença de Isabella, com quem disputava a atenção do marido.
Frieza
Nos primeiros dias após a morte de Isabella, chamou a atenção a postura de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá. Ambos não demonstravam em público o desespero característico de quem acabou de perder uma filha (no caso dele) ou uma enteada de quem gostasse muito (no caso dela). Ambos estavam tranquilos numa entrevista à TV.
CASO BERNARDO
O episódio
- Em 4 de abril, Bernardo Boldrini, 11 anos, desapareceu na cidade de Três Passos, no noroeste do Rio Grande do Sul. Alegando imaginar que o filho estava na casa de um amigo, o pai, o médico Leandro Boldrini, só buscou ajuda da polícia dois dias depois. A investigação policial aponta que o pai, a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, e a amiga dela, a assistente social Edelvânia Wirganovicz tiveram participação no sumiço de Bernardo.
- O menino foi encontrado morto e enterrado 10 dias depois do desaparecimento no interior de Frederico Westphalen, município em que Edelvânia morava. Ainda não se sabe da participação exata de cada um na morte da criança, mas há indícios de que ele recebeu uma injeção letal aplicada pela madrasta, que é enfermeira, e que Edelvânia foi cúmplice da morte e da ocultação do corpo. Boldrini teria ajudado a omitir a participação das duas no desaparecimento do filho.
As razões
O casal demonstrava incômodo com a presença de Bernardo. O próprio menino disse ao MP que a madrasta implicava com ele. Outra possível motivação seria um acordo de bens feito na separação, não consumada, de Boldrini com a mãe de Bernardo. O acordo previa bens e pensão para ela e para o menino.
Frieza
Dez dias após o desaparecimento, o pai ligou para uma rádio para pedir ajuda nas buscas. Boldrini se refere ao filho com distanciamento, chamando-o de "esse menino" e não de filho. Além de dar informações imprecisas sobre as características de Bernardo no dia do sumiço — como a roupa —, ele não forneceu telefone para receber pistas do paradeiro.
Fonte:
Correio Web
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