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Médicos brasileiros trabalhariam no MSF?



“Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização médico humanitária internacional, independente e comprometida em levar ajuda às pessoas que mais precisam. O trabalho de MSF é baseado nos princípios humanitários da ética médica e da imparcialidade. Com compromisso de levar a qualidade do cuidado médico a quem precisa, tendo como objetivo operar com eficiência e minimizar todos os gastos administrativos e de campanha.

Todos que atuam com MSF, sejam médicos, especialistas em saúde ou profissionais de outras áreas, devem sempre honrar os seguintes princípios, descritos na Carta Magna de MSF: "A organização Médicos Sem Fronteiras leva socorro às populações em perigo e às vítimas de catástrofes de origem natural ou humana e de situações de conflito, sem qualquer discriminação racial, religiosa, filosófica ou política."

"Trabalhando com neutralidade e imparcialidade, os Médicos Sem Fronteiras reivindicam, em nome da ética médica universal e do direito à assistência humanitária, a liberdade total e completa do exercício da sua atividade."

"Eles se empenham em respeitar os princípios deontológicos da sua profissão e em manter uma total independência em relação a todo poder, bem como a toda e qualquer força política, econômica ou religiosa."

"Voluntários, eles medem os riscos e perigos das missões que realizam e não reclamam qualquer compensação que não seja aquela oferecida pela organização."

Sua iniciativa é independente, e não está atrelada a poderes políticos, militares, econômicos ou religiosos, com liberdade de ação graças à independência financeira. De todo o financiamento de MSF, 89% vêm de doações de indivíduos e da iniciativa privada.  A continuidade dos projetos é garantida através de doações de pessoas que apoiam o trabalho humanitário da organização. Em 2007, foram mais de 5 milhões de euros arrecadados entre doadores individuais e fundos privados de todo o mundo.

Em nome da ética médica universal e da assistência aos direitos humanos, MSF se mantém neutra no exercício de suas funções. O socorro deve ser sempre levado aos civis, independentemente de que lado de um conflito se encontrem, afinal, o seu compromisso é o de levar cuidados médicos a quem precisa, sem distinção de raça, religião, crença e convicção política. A ajuda prestada deve ser sempre proporcional às necessidades, e os recursos devem ser destinados de acordo com a urgência da necessidade a ser suprida.” (extraído do site Médicos Sem Fronteira)

Considerando o propósito do MSF, pergunta-se se os Médicos brasileiros fariam parte de seus arraiais. Contudo, antes de responder ao questionamento, cumpra o leitor duas etapas:

Primeiro, recorrer à Folha de São Paulo do último dia 27, quarta-feira, que veiculou matéria sobre as críticas do ministro Alexandre Padilha (Saúde) em defesa dos médicos estrangeiros, vindos para trabalhar no programa federal “Mais Médicos” e que foram chamados de escravos por médicos brasileiros no Ceará, na noite do dia 26.  Segundo Padilha, a atitude de alguns profissionais - um grupo isolado - “são truculentas, incitam preconceito e a xenofobia. Um verdadeiro corredor polonês da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender nossa população apenas nos municípios onde nenhum profissional brasileiro quis atender".

Segundo, consultar o “Juramento de Hipócrates” que é uma declaração solene, tradicionalmente feita por médicos por ocasião de sua formatura. Nesse juramento, atente-se para o parágrafos que dizem  o seguinte: “(...) Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. “(...) Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.”

Ora, não entramos no julgamento de quem quer que seja, deixando o leitor com ampla liberdade de fazê-lo. Mas, para finalizar e vendo o sofrimento declarado pelos Médicos Brasileiros nos postos e unidades de saúde do Brasil, com baixos salários e más condições de trabalho, concluímos que seja uma reação natural vaticinada pelo próprio Juramento que diz, claramente:


“Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.”




* Colaboração de Guilherme H. C. C. Dantas

Comentários

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