Todo mundo sabe que a música é usada pela maioria das pessoas como uma forma de expressar sentimentos. Mas ela também é usada para abrir os olhos da humanidade para questões aflijam, como guerras, discriminação e opressão. Quando a Dani lá do blog Moça de Família mudou o tema da Blogagem Musical para 'música de protesto', ela pediu desculpa pela mudança de última hora, mas o momento pedia tal tema. Então aperta o play e vamos ouvir as minhas músicas de protesto.
1 - “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores” – Geraldo Vandré
Essa música ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção, da Tv Record, em 1968, embora fosse a preferida do publico. A canção virou hino da resistência a Regime da Ditadura Militar. O governo proibiu as rádios de tocá-las, mas não adiantou, pois já estava na boca do povo.
“Há soldados armados / Amados ou não / Quase todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam / Uma antiga lição: De morrer pela pátria / E viver sem razão”
2 – “Alegria Alegria” – Caetano Velosso
Lançada em 1967, a letra critica o abuso do poder e a violência, como também as más condições do contexto educacional e cultural imposto pelo regime dos militares.
“O sol se reparte em crimes/Espaçonaves, guerrilhas/Em cardinales bonitas/Eu vou”
3- “Que país é esse” – Legião Urbana
Uma coisa é certa, o Renato Russo nos abasteceu de grandes melodias de protesto. Que protesto melhor do que a letra de Faroeste Caboclo. Mas a música que “Pais é esse”, foi composta ainda na época do “Aborto Elétrico”, Sem muitas ironias, a letra questiona a sociedade brasileira.
“Nas favelas, no senado/ Sujeira pra todo lado/ Ninguém respeita a constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse?”
4- “Brasil” – Cazuza
Grande Cazuza presenteou-nos com belas canções. Quando ouvi “Brasil” na abertura da novela Vale Tudo, não imaginava que a realidade retratada por ele naquela época, estaria à mesma dos dias atuais. Essa canção tem trechos como: “Meu cartão de crédito é uma navalha”, ou seja, o único jeito de pagar suas contas é roubando, por causa do mau governo do Brasil na época e podemos perceber que hoje não é muito diferente. Ele também cita o desprezo do povo diante da corrupção, pela qual até a mídia ajuda.
5- “Mosca na Sopa” – Raul Seixas
Lançada em 1973. muito podem não concorda que é uma música de protesto. Mas a letra faz uma referência clara à ditadura militar. Através de uma metáfora, o povo é a “mosca” e, a ditadura militar, “a sopa”. Através desta música pude ter uma das melhores aulas de interpretações de texto da profª. Lucilene Hotz, onde ela foi bem clara na sua explanação de que nesta letra, o povo é apresentado como aquele que incomoda, que não pode ser eliminado, pois sempre vão existir aqueles que se levantam contra regimes opressores.
“E não adianta / Vir me detetizar / Pois nem o DDT / Pode assim me exterminar / Porque você mata uma / E vem outra em meu lugar…”
6 – “Aquele abraço” – Gilberto Gil
Outro dia assistia uma entrevista dele, no qual ele mencionou que depois de passar sessenta dias na prisão, às 11 horas da quarta-feira de Cinzas de 1969, ele foi solto, e passeado pelo Rio de Janeiro, a cidade estava adormecida (vazia), olhou para O Cristo Redentor de abraços aberto para Cidade, como se estivesse dando um abraço surgiu a letra, que em minha opinião é um desabafo, usando as palavras que o Rio de Janeiro continuava lindo, mesmo com toda aquela opressão do regime Ditatorial dos militares.
“O Rio de Janeiro continua lindo,/O Rio de Janeiro continua sendo, /O Rio de Janeiro, fevereiro e março, / Alô, alô, Realengo, aquele abraço. /Alô torcida do Flamengo, aquele abraço”
7 – “Como nossos pais” – Elis Regina
A canção é do Belchior, mas gosto de ouvir na voz da Elis, quando somos jovens sempre achamos que nossos pais estão errados, que a educação que recebemos poderia ter sido melhor, porém quando crescemos e temos filhos repetimos o mesmo que eles faziam conosco. Talvez não seja uma canção de protesto, mas serve para vermos que um dia eles também lutaram por um mundo melhor para nós (Movimento Diretas Já, Fora Collor).
“Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude /Está em casa guardada por Deus contado os seus metais / Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo que fizemos / Ainda somos os mesmos e vivemos, ainda somos os mesmos e vivemos / Como nossos pais”
8 - "Sunday Bloody Sunday" – U2
Porque essa minha listinha precisava de um representante internacional. A letra traz o desabafo e a indignação dos cantores contra a intolerância religiosa entre protestantes e católicos que resultou na morte de dezenas de pessoas, fato ocorrido em 1972, em Derry, na Irlanda do Norte.
Gente desculpa a lista longa, mas baixou o espirito revolucionário e não teve como escolher uma ou duas. Bom já gravei a lista no player, e vou preparar-me para logo mais as tarde, participar do ato #Brasilacordou, por um país melhor para os meus filhos e os que viram depois dele.
E vamos lá no Moça de Família, dar uma olhadinha no que os outros blogueiros andam cantando, nesse clima de protesto.
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