Minha filha do meio - Aninha - sempre me questiona sobre o que eu fazia quando era criança, minhas brincadeiras, o que vestia, gostava de comer, etc. Acho que é uma coisa normal essa curiosidade, porque, afinal, eu já fui criança e também tinha essas curiosidades. A diferença está entre eu e minha mãe. Ela não dava espaço para perguntarmos algo assim. Já eu, sinto o maior prazer nessa tarefa. Talvez por eu ser muito saudosista, amo reviver os anos 80 (minha infância) e os anos 90 (adolescência). Brinco falando que meu gosto musical, artístico e cinematográfico ficaram estacionados nessa época.
Então, dias desses, estava procurando algo para assistir e Full House (Três é demais) chamou atenção de Aninha. Comecei falando que era uma série que eu assistia quando tinha a idade dela. Pronto. Ela escolheu essa. Deixei lá. Quando voltei Lalá (minha filha caçula) também estava no sofá. Não resisti e sentei também. Como cada episódio é curto cerca 22 minutos, sem dar conta já tínhamos assistido a primeira temporada. A séria é bem divertida, quem cresceu nos anos 1990, deve lembrar. ‘Três é Demais’, fala sobre uma família diferente: depois que Danny Tanner, o pai, fica viúvo, ele convoca o melhor amigo Joey e o cunhado roqueiro Jesse para ajudar a criar as três filhas, D.J. Stephanie e Michelle (a caçula, que era interpretada pelas irmãs Olsen! A série da ABC durou 8 temporada, de 1987 a 1995, no Brasil, a série passou na Warner Channel e nas emissoras de televisão aberta Globo e SBT.
O legal é que lá atrás, eu me identificava muito com DJ, tínhamos a mesma idade, passávamos pelas mesmas descobertas da mudança da infância para adolescência. Eis que num episódio que aborda os problemas de Stephanie, por ser a filha do meio, Aninha solta um “eu sei bem o que a Stephanie esta sentido”. E Lalá solta um sorrisão cada vez que a Michele aparece, sendo uma criança. E quando terminamos a maratona das oito temporadas vi que e a Netflix decidiu resgatar essa história e batizá-la de “Fuller House”.
Na nova versão, D.J., já adulta, fica viúva. Adivinha o que ela faz: chama sua irmã, Stephanie, e a melhor amiga, Kimmy, para morar com ela e cuidar dos três filhos: Jackson, o rebelde de 12 anos, Max, o neurótico de 7 anos, e o recém-nascido Tommy Jr. O legal é que os personagens são interpretados pelos mesmos atores da série inicial. Com a falta da irmãs Olsen, que optaram seguir carreira de estilista e não se sentem confortável atuarem novamente. Fiquei muito surpreendida com o conteúdo e qualidade apresentada. A sutileza da alfinetada nas gêmeas Olsen, a ausência delas rendeu boas piadas e referências, a sinergia dos atores, todos reunidos novamente
Os três primeiros episódios de Fuller House têm mais desse "saudosismo", mas o que acontece daí em diante, e o final da temporada, comprovam que eles querem fazer novas histórias. Mas a nostalgia sempre aparece, e mesmo elas crescidas continuei me identificando com a DJ adulta, sou aquela mãe que gosta de bisbilhotar a vida do filho, esquece que ele cresceu e trato como um bebezinho. Como ela, continuo amando a banda New Kids On The Block, e fui ao delírio no episódio no aniversário do 39 anos da DJ, que teve a participação deles. Não sei expressar o que senti ao descobri que minhas filhas gostam de assistir uma coisa que eu amava. O prazer que foi olhar para os lados e ver elas duas rindo das cenas comigo.
A série vai na contramão das comédias atuais, não tenta ser inovadora, não tenta ser muito criativa, não tenta ser Modern Family, que as vezes parece que estamos assistindo um reality show. Fuller House é uma comédia sem grandes pretensões, com piadas simples e que tenta resgatar elementos das comédias dos anos 90, e é aí que ela acerta e se torna um ótimo entretenimento. Nem toda série precisa ser um "escândalo" pra ser boa, quem não gosta de algo mais sutil tem outras opções na mesma Netflix.
New Kids on the Block |
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